Tachos&Porcelanas e as porcelanas «Batavia»

O esmalte castanho, ou Batavia (ou ainda «Capuchin Ware» ou «Café au lait»), embora já antes fosse conhecido na Ásia e usado nas porcelanas produzidas em Arita (Japão) no século XVII, tornou-se muito popular nas porcelanas de exportação na primeira metade do século XVIII, sobretudo em peças decorativas. Foi particularmente apreciado nos Países Baixos que assim o baptizaram porque a Companhia das Índias Orientais Holandesa estava sedeada em Batavia (Jacarta). No entanto, deve sublinhar-se o facto de este baptismo traduzir mais a preferência dos holandeses por este tipo de porcelanas do que propriamente a proveniência dos barcos que as transportavam rumo à Europa.

Não obstante as suas origens, é no reinado Qianlong (1736-1795) que o estilo «Batavia» se populariza, numa altura em que a decoração das porcelanas se complexificou, entre outras, pelo preenchimento do fundo das peças com cores como amarelo, verde-claro, bege e o castanho-Batavia.

O estilo «Batavia» caracteriza-se, essencialmente, pelo facto de as peças de porcelana serem totalmente preenchidas com o tom castanho, com excepção,  nalguns casos, de uma pequena área cujo o fundo fica por preencher –  normalmente um medalhão em formato de folha recortada – destinada a evidenciar um motivo decorativo, frequentemente classificável na «Famille Rose», já sumariamente referida por Tachos&Porcelanas, na rubrica «As porcelanas em detalhes».

Em Portugal, existem alguns exemplares de porcelanas «Batavia» que podem ser apreciados, entre outros, no Palácio Nacional da Ajuda (mais concretamente na «Sala do Despacho») e no Palácio Nacional de Queluz (na «Sala da Escultura», na «Sala de Passagem para o Jardim» e na «Sala do Canto»).

Sala da Escultura.
Palácio Nacional de Queluz
Sala da passagem para o jardim
Palácio Nacional de Queluz
Sala do Canto
Palácio Nacional de Queluz

Tachos&Porcelanas têm igualmente um exemplar desta porcelana, uma réplica de um bule da Dinastia Qing, reinado Qianlong, produzido pelas porcelanas NG. O congénere original pode, contudo, ser apreciado na Casa Museu Frederico de Freitas, no Funchal.

Observação: na imagem de destaque, um pote com tampa da porcelana «Batavia» na «Sala do Despacho» do Palácio Nacional da Ajuda.

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