A “concha” a par do “nó eterno”, do “par de peixes” e do “vaso sagrado” é um símbolo budista que surge nas porcelanas Ming. Simboliza a boa sorte e quando colocada ao ouvido, permitia ouvir a voz de Buda a chamar para o recolhimento e oração. Representava, assim, o som do dharma que despertava os seres da ignorância, revelando a sua verdadeira natureza iluminada – “o som da verdade”.
A “concha” em causa provém do caracol do mar “turbinella pyrum”, característico do oceano Índico, e tem uma textura similar à da porcelana: é duro, resistente, brilhante e translúcido.
Segundo uma lenda hindu, que surge num texto sânscrito (Brahma Vaivarta Purana), o Deus Shiva (Deus da destruição, da regeneração, da meditação, das artes e do ioga) arremessou um tridente contra as Asuras, criaturas mitológicas destinadas ao bem (Adityas) ou ao mal (Danavas), que se incendiaram instantaneamente.
As suas cinzas espalharam-se pelo mar e transformaram-se naquelas conchas…