Em 1790, o Rei Dinamarquês Christian VII encomendou à Manufactura Real de Porcelana de Copenhaga, criada em 1755, um serviço de porcelana para oferecer a Catarina, a Grande, o qual deveria ser digno de alcançar um lugar de destaque entre a magnífica colecção de porcelanas da Imperatriz Russa.
«Flora Danica», assim se referencia o serviço, deve o seu nome ao facto de ter sido inspirado na obra botânica intitulada da mesma forma, redigida entre 1761 e 1883, repartida por 51 volumes e com mais de 3000 figuras da flora dinamarquesa. O minucioso trabalho de transposição das imagens do papel para as 1802 peças que compuseram o Serviço (das quais ainda existem 1530), foi desenvolvido por Johann Christoph Bayer (1738-1812) e o mesmo só ficou concluído em 1802.
Na realidade, a complexidade da produção de certas peças era tal que eram precisos cerca de 30 dias para terminar, por exemplo, uma «Cúpula de gelado».
Infelizmente, decidiu o destino que Catarina, a Grande, nunca viesse a receber o presente, por ter falecido antes de o mesmo ter sido terminado. Por esta razão, o serviço permaneceu na Casa Real Dinamarquesa e, actualmente, pertence à Rainha Margarida II que ainda o utiliza em ocasiões especiais.
Passados 60 anos da conclusão dos trabalhos, um outro Serviço «Flora Danica» foi produzido para ser oferecido em nome das mulheres dinamarquesas à Princesa (Dinamarquesa) Alexandra, por ocasião do seu casamento com o Princípe de Gales, que viria a tornar-se o Rei Eduardo VII de Inglaterra. Este segundo serviço, encontra-se no Castelo de Windsor e integra a coleção da Rainha Isabel II. Ainda hoje «Flora Danica» é referenciado como um dos serviços de porcelana mais requintados da «era de ouro da porcelana».
Curiosidades!!!
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