O Palácio Nacional da Ajuda
Com o terramoto de 1 de Novembro de 1755, o Rei D. José I mudou a corte para a Ajuda, para uma instalação em madeira, em resultado da destruição do Paço da Ribeira. O monarca sentia-se mais seguro no alto da colina, uma vez que tinha sido menos atingida pelo devastador tremor de terra.
Em 1761, o Paço da Ajuda estava habitável e serviria de residência à Corte portuguesa durante 30 anos. Contudo, em 1794, já no reinado de D. Maria I (1734-1816), foi alvo de um devastador incêndio que o destruiu na totalidade. Em consequência, foi projectado um novo Palácio, desta vez em pedra, de estilo Barroco. No entanto, em 1802, já as obras de construção se tinham iniciado, foi ordenada a reavaliação do estilo arquitectónico escolhido e a sua alteração para o neoclássico.
Com a partida da Corte para o Brasil em 1807, por ocasião das invasões napoleónicas, a construção do Palácio foi interrompida; em rigor, a construção foi sucessivamente intervalada por falta de recursos financeiros. Com o regresso da Corte a Lisboa, em 1821 e depois do falecimento de D. João VI (1767-1826), a infanta regente D. Isabel Maria (1801-1876) fixou ali residência, uma vez que estava parcialmente terminado. A continuação das obras foi significativamente incrementada pelo Rei D. Miguel (1802-1866) que, para esse efeito, mudou a residência para o Palácio das Necessidades… mas não regressaria ao Palácio Nacional da Ajuda. Em 1833 a construção foi interrompida devido aos conflitos liberais-absolutistas internos, embora tenha sido na sala do Trono da Ajuda que D. Pedro tenha jurado a Carta Constitucional em 1834.
Só no reinado de D. Luís I é que o Palácio Nacional da Ajuda voltou a estar no centro das atenções da Corte, ao ter sido escolhido para residência oficial. Em 1861 novas obras foram iniciadas para receber o monarca – um ano depois começariam outras, decorativas e de adaptação ao espírito de higiene e privacidade do século XIX – por ocasião do casamento com a Princesa de Sabóia D. Maria Pia (1847-1911).
Com o falecimento de D. Luís, o Palácio Nacional perdeu um pouco os hábitos de rotina da Corte, que se orientou também para o Palácio de Belém e para o das Necessidades; contudo, D. Maria Pia e D. Afonso, irmão de D. Carlos permaneceram na Ajuda.
Em 1919, com a Instauração da República e o exílio da Família Real, o Palácio Nacional da Ajuda foi encerrado; entre 1940 e 1968 as visitas eram fortemente restritas e sujeitas a autorização prévia da Direcção Geral da Fazenda Pública; só em 20 de Agosto de 1968 é que abriria definitivamente ao público.
Para mais informações, recomenda-se a visita ao sítio internet do palácio